Edição 167 – Revista Oeste – Carta ao Leitor

03/06/2023 06:37

Edição 167 – Revista Oeste – Carta ao Leitor

No primeiro mandato de Lula, o governo trocou dinheiro vivo pela aprovação de projetos no Congresso. Nasceu assim o escândalo do Mensalão, que resultou no despejo de integrantes do primeiro escalão e na condenação judicial de vários parlamentares.

Neste ano, em minoria no Congresso e sem apoio para aprovar até mesmo medidas provisórias elementares, Lula decidiu mudar a tática. Passou a apostar na liberação de emendas bilionárias. Não foi exatamente uma novidade. O que mudou foi o uso desavergonhado do esquema de compra e venda.

Para conseguir aprovar a MP que mantém intactos 37 ministérios, Lula distribuiu de uma vez só a quantia recorde de R$ 1,7 bilhão em emendas. Todo esse dinheiro — não custa lembrar — vem dos pagadores de impostos. O governo não é uma entidade lucrativa.

Esse mesmo crônico subdesenvolvimento que anima Lula a torrar fortunas em barganhas parlamentares estimula o presidente a receber com pompa e circunstância o ditador venezuelano Nicolás Maduro. Na reportagem de capa desta edição, Augusto Nunes descreve a retomada da política externa da canalhice.

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O advogado Cristiano Zanin: indicado por Lula para o STF | Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Sempre na vanguarda do atraso, Lula também pretende fabricar no Brasil um “carro popular” — com ajuda estatal, claro. “O ‘carrinho’ do pobre, como diz Lula e a mídia repete no piloto automático, é como o voo de avião com passagem ‘baratinha’, o apartamento popular com ‘terracinho’, e outros prêmios de programa de auditório que ele passa a vida prometendo ao ‘povo”‘, afirma José Roberto Guzzo. “‘Carro popular’ é como a ‘picanha’: não existe, a não ser no churrasco para os ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, ou em outros folguedos dessa corte de Luís XV subdesenvolvida, brega e gulosa que continua a engordar em Brasília com o trabalho do povo brasileiro.”

Para provar que realmente estamos numa república bananeira de quinta categoria, Lula faz questão de nomear o próprio advogado para uma vaga no Supremo Tribunal Federal. A Suprema Corte, aliás, é o que lhe restou. Na reportagem de Silvio Navarro fica claro que, sem apoio do Legislativo, resta a Lula apostar na fidelidade da bancada da toga.

Boa leitura.

Branca Nunes

Diretora de Redação